depois da tarde fria
começa a acontecer. um processo longo, doído. precisa cravar as unhas e arrancar de dentro o que deve sair. flagelo. sangue que flui. o corpo é o leito do rio-sangue. parece natural, porque era constante, desde sempre aquilo aconteceu, no entanto só agora se dá conta da constância sentir, sofrer, sangrar. vai morrer, quer. não pode mais estar sobre o palco. não pode mais representar o asqueroso papel. e anestesiada, limpa e curada, voltará a ser essência e no leito seco de sangue, o rascunho daquilo de que é feita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário